Aula 1: Cristo o Cordeiro Deus | O Mistério da Santa Missa
Neste vídeo iremos ver a Santidade da igreja que surge de forma Clara pelo um olhar de Fé
Neste vídeo iremos ver a Santidade da igreja que surge de forma Clara pelo um olhar de Fé
Cristo o Cordeiro de Deus
Para entender o sacrifício de Cristo, precisamos mergulhar em nossa história de salvação, examinando a queda do homem e como os sacrifícios do Antigo Testamento prefiguraram o Sacrifício de Cristo.
Primeiramente precisamos colocar algumas noções básicas para Compreensão Católica do Antigo Testamento
Para interpretar o Antigo Testamento de maneira católica, precisamos seguir algumas regras fundamentais:
1. Compreender que Cristo é a Palavra única de Deus: Todo o Antigo Testamento deve ser lido à luz de Cristo, a Palavra final e definitiva de Deus.
2. Reconhecer o sentido espiritual além do literal: Há um sentido espiritual nas Escrituras que revela o plano de Deus mais profundamente.
3. Saber que Deus percorre um caminho com seu povo: A história do Antigo Testamento é a história da jornada de Deus com seu povo.
Para entendermos a salvação que Jesus realiza precisamos antes falar da Criação e da Queda do Homem
O homem foi criado em estado de amizade com Deus e possuía dons preternaturais:
1. Imortalidade: Antes do pecado, o homem não morreria de maneira dolorosa e violenta; a morte seria um sono suave, como o de Maria (Gn 2,7; 3,3; Sb 2,14; Rm 5,12; Rm 6,23).
2. Integridade: Ausência de concupiscência; os desejos eram ordenados e submetidos à razão e à fé.
3. Impassibilidade: Ausência de sofrimento, que é fruto do pecado (Gn 3,16).
4. Ciência Moral Infusa: Capacidade de assumir responsabilidades diante de Deus sem dificuldades.
Porem o homem foi colocado diante de uma prova, pois como o homem foi criado por Deus para o amar era necessário que o homem tivesse a possibilidade de não amar.
Diante desta prova que é ilustrada nas primeiras paginas de Genesis como, uma proibição da parte de Deus de não comer da arvore do centro do jardim, o homem pega come do “fruto proibido”e assim acontece a queda do homem.
Após a queda, conforme o Catecismo (§404s), o homem não pôde mais transmitir aos descendentes o “estado de santidade” e de “justiça”. No entanto, Deus não abandonou o homem e continuou a chamá-lo para viver uma aliança com Ele, e um elemento crucial dessa aliança no Antigo Testamento foi o sacrifício.
Deus não vai deixar de chamar o Homem para uma comunhão com Ele, a parti de Abraão vai começar ali a construir um povo para chamar de seus e dentro da “liturgia” deste povo ira aparecer a questão dos sacrifícios.
A primeira menção clara de sacrifício é em Gênesis 22, no episódio do sacrifício de Isaque. Abraão faz uma aliança com Deus, selada com um sacrifício, prefigurando o Sacrifício de Cristo. Outro exemplo é o sacrifício na vida de Moisés durante a Páscoa dos judeus (Êx 12,1-14), parte vital da libertação de Israel do Egito.
A história do sacrifício atinge seu ápice com Salomão e a construção do templo (1Rs 6), um lugar dedicado ao culto a Deus. Contudo, esses sacrifícios, embora válidos, eram imperfeitos.
Com o tempo os profetas começam a denunciar os profetas a insuficiência desses sacrifícios, enfatizando a necessidade de amor e conhecimento de Deus acima dos holocaustos (Os 6,6; Pv 15,8).
Contudo surge entre os profetas a promessa de Deus de um novo Sacrificio, Ezequiel 36,26-27 promete que Deus nos dará um novo coração e um espírito novo, livrando-nos dos nossos pecados e permitindo-nos amá-Lo plenamente. Esta promessa culmina com a vinda de Cristo, o próprio Deus que vem nos salvar.
Na cruz, Cristo se manifesta como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. São João destaca que Jesus, ao ser apresentado a Pilatos, coincidia com o horário da imolação do cordeiro pascal (Jo 19,36). Ele também observa que nenhum osso de Jesus foi quebrado, em cumprimento à lei do cordeiro pascal (Êx 12,46).
São Paulo explica que Cristo entrou no próprio céu como intercessor, oferecendo-se uma vez por todas para a destruição do pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9,24-26).
Assim Cristo se faz o cordeiro de Deus que realiza um sacrifício perfeito e eterno e nós podemos receber todas as graças que brotam deste sacramento pela Santa Missa, participamos deste sacrifício e comungamos o próprio Cristo. O Catecismo (CIC 1382) afirma que a Missa é, ao mesmo tempo, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor. Comungar é receber o próprio Cristo, que Se ofereceu por nós, orientando toda a celebração eucarística para a união íntima dos fiéis com Cristo.
O sacrifício de Cristo é o ápice da nossa redenção, e a Missa nos permite participar desse mistério profundo, renovando nossa fé e comunhão com Deus.