Obra de São Lucas: relato histórico da Igreja nascente (história que também ensina e forma).
Divisão em dois blocos:
Atos de Pedro: cap. 1–12 (culmina com prisão e libertação milagrosa de Pedro em At 12).
Atos de Paulo: cap. 13–28 (três viagens missionárias, viagem a Roma, naufrágio; grande destaque à figura de São Paulo).
Espírito Santo protagonista
Pentecostes (At 2): “Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia” (At 2,4).
Igreja fechada no cap. 1 → após Pentecostes, inicia a missão; alusão à reversão de Babel (unificação das línguas pela ação do Espírito).
Universalidade da Igreja
At 10,34–35: Pedro compreende que Deus não faz acepção de pessoas e acolhe quem o teme e pratica a justiça, de qualquer nação.
Destaque para a expressão “estou compreendendo” (processo da Igreja do 1º século: discernimento da missão sob a ação do Espírito).
Vida comunitária
At 2,42: perseverança no ensinamento dos apóstolos, comunhão fraterna, fração do pão e orações.
Observação sobre a celebração eucarística nas primeiras horas da manhã (simbolismo do Sol que nasce; Cristo que vem).
Testemunho e martírio
At 7,54–60 (ênfase em At 7,55): Estevão, “cheio do Espírito Santo”, vê a glória de Deus e Jesus à direita do Pai.
O martírio não é o fim: Aquele que envia o Espírito espera no Céu.
Programa do livro
At 1,8: “Recebereis a força do Espírito Santo… e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra.”
Atos narra como esta palavra se cumpre, sobretudo em Pedro e Paulo.
Paulo permanece ensinando com toda liberdade e sem impedimentos em Roma, prestes ao martírio; sinal de unidade entre Pedro e Paulo.
Atos: livro da ação do Espírito nos primeiros anos, mostrando como as testemunhas começaram a anunciar Jesus.
Observação: “irmão” aqui = parentesco próximo (no grego/bíblico), entendido como primo; provável filho de Maria de Cléofas.
Destinatários: “às doze tribos da diáspora” → cristãos judeus dispersos fora da Palestina.
Data (possível): 45–62 (um dos primeiros escritos do NT).
Tônica: testemunho coerente; “fé sem obras é morta”.
Alegria na provação (Tg 1,2–4): a prova da fé produz paciência; meta de perfeição/santidade (não perfeccionismo exterior).
Coerência (Tg 1,22): ser praticante da Palavra, não apenas ouvinte (evitar aparência sem vida interior).
Fé e obras (Tg 2,17): “a fé, se não se traduz em ações, por si só está morta.”
Religião pura (Tg 1,27): assistir órfãos e viúvas; guardar-se da contaminação do mundo (mentalidade mundana).
Oração e unção dos enfermos (Tg 5,13–14): chamar os anciãos/presbíteros para ungir com óleo e orar pelo enfermo (referência à unção dos enfermos).
Resumo: a fé precisa traduzir-se na vida e nas obras.
Destinatários: cristãos da Ásia Menor, convertidos do paganismo, em perseguição.
Data/local: 62–64, escrita em Roma.
Ênfase no preço da nossa salvação: “não a ouro ou prata, mas ao sangue precioso de Cristo” (1Pd 1,18–19).
Esperança viva pela ressurreição (1Pd 1,3).
Sofrer com Cristo (1Pd 2,21–24): seguir os passos de Jesus; por suas chagas fomos curados.
Alegria nos sofrimentos (1Pd 4,13): participar dos sofrimentos de Cristo para exultar na sua glória.
Identidade do povo de Deus (1Pd 2,9): geração escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido para proclamar as maravilhas de Deus.
Destinatários: cristãos perseguidos/ameaçados por falsos profetas.
Autoria: parte atribuída a Pedro; possível conclusão por discípulo (observação polêmica mencionada na fala).
Contra as fábulas (2Pd 1,16): testemunho ocular, não invenções.
Contra interpretações particulares (2Pd 1,20–21): a profecia não vem de vontade humana; o Espírito Santo moveu os que falaram da parte de Deus.
Alerta aos falsos mestres (2Pd 2,1); menção ao tema da segunda vinda no final da carta.
Contexto: comunidade mais madura, enfrentando divisões por falsos mestres.
Ênfase na Encarnação: o Verbo foi visto, ouvido, tocado (contra tendências gnósticas/docetas que negavam a verdadeira humanidade de Cristo).
Deus é amor (1Jo 4,16): permanecer no amor = permanecer em Deus e na verdade.
Fidelidade à doutrina (2Jo v.9): quem não permanece no ensinamento de Cristo não tem a Deus.
Denúncia dos falsos mestres que, sorrateiramente, vão minando a fé com heresias; aparência de piedade, mas conduzem ao erro.
Exortação a permanecer na doutrina deixada por Jesus e pelos Apóstolos.