Chegamos ao último momento do nosso curso Catequistas segundo o Coração da Igreja. Mais do que um simples encerramento, esta aula é um verdadeiro envio missionário. Queremos enviar você, que talvez ainda não seja catequista, mas sente o chamado; e você que já é catequista, para viver essa missão com novo ardor.
Pedimos desde já o auxílio da graça de Deus: que o Espírito Santo inspire cada palavra e abra os corações. E recorremos também à intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
Ao longo do curso, percorremos duas grandes etapas:
A dimensão doutrinal: aprendemos os fundamentos da fé – o Credo, os sacramentos, a vida de oração e os mandamentos.
A dimensão testemunhal: contemplamos a vida dos santos como exemplos concretos de catequistas em diferentes épocas da Igreja.
Como dissemos muitas vezes, não seria possível esgotar a riqueza da vida dos santos, mas vimos exemplos que podem ser vividos no nosso dia a dia de catequistas, seja no nível paroquial ou no ambiente familiar.
Para encerrar, contemplamos alguns santos mais próximos de nós no tempo, que mostram que ser catequista hoje, apesar dos desafios, é não apenas possível, mas necessário.
São Pio X (1835–1914)
Chamado de “o Papa da Eucaristia” e grande defensor da clareza doutrinal.
Criou o Catecismo de São Pio X, simples e acessível, em perguntas e respostas.
Incentivou a primeira comunhão das crianças em idade precoce, aproximando-as de Jesus.
Combateu com firmeza o modernismo, formando seminaristas e padres capazes de defender a fé.
Seu grande legado: tornar a doutrina compreensível a todos.
São Maximiliano Maria Kolbe (1894–1941)
Um missionário ousado e criativo, apaixonado por Nossa Senhora.
Fundou a revista Cavaleiro da Imaculada e levou-a até o Japão sem falar japonês e sem recursos.
Criou a Cidade da Imaculada, com projetos de rádio e TV para evangelizar.
Viveu e morreu como catequista no campo de concentração de Auschwitz, entregando a vida no lugar de um pai de família condenado.
Em seus últimos dias, animava os companheiros de prisão com cânticos, oração e fé. Morreu mártir e virgem, abraçando as duas coroas que Nossa Senhora lhe havia mostrado em visão.
São João Paulo II (1920–2005)
O Papa que marcou uma geração com seu ardor missionário.
Chamava os jovens à santidade: “Não tenhais medo de ser santos.”
Viajou o mundo inteiro, anunciando Cristo com alegria e coragem.
Foi incansável na adoração eucarística, chegando a interromper agendas oficiais para permanecer diante do Santíssimo.
Seu amor pelas pessoas se manifestava em pequenos gestos, do motorista ao chefe de Estado.
Beato Carlo Acutis (1991–2006)
O “santo da internet”, um jovem que nos mostra que a santidade é possível em nossos dias.
Desde criança, rezava o terço, ia à Missa e tinha profundo amor pela Eucaristia.
Criou um site com os milagres eucarísticos do mundo, evangelizando através da internet.
Viveu com alegria, mesmo diante da leucemia agressiva que o levou à morte aos 15 anos.
Seu testemunho nos recorda que é possível ser santo “de calça jeans e tênis”, com computador e celular na mão, vivendo neste mundo mas com o coração no Céu.
A vida desses santos nos ensina que a catequese é um chamado de amor. O mundo precisa de catequistas que conheçam, amem e defendam a fé, que não se deixem paralisar pelas próprias limitações.
Deus não chama os perfeitos; chama aqueles que têm coragem de dizer sim.
Moisés era gago, mas foi escolhido para falar em nome de Deus.
Pedro não estava pronto, mas se tornou pedra fundamental da Igreja.
Muitos santos tinham defeitos humanos, mas foram fiéis ao chamado.
O Senhor não exige perfeição, mas pede empenho e amor total. O verdadeiro catequista é aquele que ama Jesus e deseja, com todas as forças, que outros também O conheçam.
Ser catequista segundo o coração da Igreja é:
Ser discípulo: ter vida de oração, estudar a Palavra e a doutrina, unir-se profundamente a Cristo.
Ser missionário: anunciar sem medo, usando todos os meios possíveis, desde a conversa simples até as ferramentas digitais.
Amar sem medidas: gastar a vida por Jesus e pelas almas, sem se apegar a resultados, mas entregando tudo por amor.
Como disse Santa Teresa d’Ávila:
“Se mil vidas tivesse, mil vidas daria pela salvação de uma alma.”
Essa deve ser também a disposição do catequista: salvar uma alma já é missão grandiosa.
O essencial de um catequista não é a eloquência, nem a erudição, mas o amor por Jesus Cristo. Esse amor conduz à oração, ao estudo, à perseverança, ao zelo missionário. Esse amor transforma limitações em oferta.
A vida não tem sentido sem Jesus. É Ele quem preenche o coração humano e nos chama a anunciar ao mundo inteiro que há um Deus que nos ama e nos salva.
Que sejamos catequistas semeadores de esperança e alegria, não de um otimismo superficial, mas da alegria verdadeira que nasce de uma vida entregue ao Senhor.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Muito obrigado por ter acompanhado este curso. Que você seja um excelente catequista, segundo o coração da Igreja.