Consigo sim — e, pelo que percebo pelo tom e pela profundidade do seu curso, o texto deve ser não só explicativo, mas também espiritual e prático, para que o catequista entenda o porquê e o como viver e ensinar cada mandamento.
Segue um texto de apoio completo que você pode usar e adaptar:
Os Dez Mandamentos não são simples regras morais arbitrárias impostas por Deus, mas expressão concreta de Sua Lei eterna. Eles revelam ao homem o caminho para viver segundo a verdade e o amor, restaurando a ordem ferida pelo pecado original.
São, ao mesmo tempo:
Revelação (Deus manifesta o que é necessário para a vida em comunhão com Ele);
Aliança (um pacto entre Deus e o seu povo);
Roteiro de santidade (orientações para alcançar a plenitude da vida em Cristo).
O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“Desde o princípio, Deus tinha implantado no coração dos homens os preceitos da Lei natural. Mas, em razão do pecado, não os leem com clareza. Por isso Deus os revelou explicitamente.” (CIC 2070)
Assim, os Mandamentos não anulam a liberdade; eles a ordenam para o bem. A verdadeira liberdade não é fazer o que se quer, mas escolher o que é certo.
No Sinai, Deus dá a Moisés os Mandamentos gravados em pedra (Êx 20; Dt 5).
Em Cristo, essa Lei se cumpre e se aprofunda: Ele não a revoga, mas a leva à plenitude (Mt 5,17).
A Nova Lei da graça não suprime os Mandamentos, mas dá força para cumpri-los através do Espírito Santo.
Com o pecado original, a humanidade perdeu a harmonia com Deus, consigo mesma, com o próximo e com a criação. Os Mandamentos reordenam:
Os três primeiros: nossa relação com Deus.
Os sete seguintes: nossa relação com o próximo.
Eles são como dez degraus que levam ao amor perfeito, resumidos nas palavras de Jesus:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento… e amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22,37-39)
Reconhecer Deus como absoluto, rejeitar toda forma de idolatria (pessoas, bens, ideologias, superstições).
Para o catequista: manter a oração diária, vida sacramental e estudo da fé como prioridade.
Usar o nome de Deus com respeito, evitando blasfêmias, juramentos falsos e banalizações.
Para o catequista: falar de Deus com reverência e ensinar os catequizandos a fazer o mesmo.
Santificar o dia do Senhor com a Missa, descanso e obras de caridade.
Para o catequista: ser exemplo na assiduidade e na preparação para a Eucaristia.
Respeitar e obedecer aos pais; para os pais, educar os filhos na fé.
Para o catequista: cultivar respeito pela autoridade legítima na Igreja e na sociedade.
Proteger e promover a vida desde a concepção até a morte natural.
Para o catequista: formar consciências contra a cultura de morte.
Viver a sexualidade segundo a dignidade humana e o plano de Deus.
Para o catequista: ser exemplo de pureza e orientar com clareza sobre moral sexual.
Respeitar os bens alheios, promover a justiça social.
Para o catequista: ensinar a honestidade em todas as dimensões da vida.
Falar sempre a verdade, rejeitar a calúnia, a mentira e a difamação.
Para o catequista: ser testemunha fiel da Verdade que é Cristo.
Purificar o olhar e o coração; combater pensamentos impuros e cobiça sexual.
Para o catequista: formar para a pureza interior e o respeito pela dignidade do outro.
Contentar-se com o que se tem, viver desapegado dos bens.
Para o catequista: ensinar a gratidão e a confiança na Providência.
Cumpri-los não é “prisão”, mas libertação da escravidão do pecado.
A graça de Cristo não dispensa do cumprimento da Lei, mas a torna possível e plena.
Conhecer profundamente cada mandamento e suas implicações morais e espirituais.
Aplicar à vida concreta dos catequizandos, não apenas recitar listas.
Viver como testemunha: o catequista que cumpre a Lei inspira mais do que mil palavras.
Os Dez Mandamentos são um dom de Deus, não um peso. Cumpri-los é viver no amor, na verdade e na liberdade dos filhos de Deus. Eles formam a base para a catequese moral e para a formação de discípulos de Cristo que sejam luz do mundo.