A Razão da Nossa Fé
Eu quero falar com vocês hoje a respeito da razão da nossa fé. Onde deve estar alicerçada a nossa fé? É esse o tema que eu quero tratar com vocês aqui hoje. Estamos começando um novo projeto, uma nova caminhada, e esse tema é crucial para que possamos iniciar com uma base sólida e verdadeira. Onde está a nossa fé? Porque precisamos ter fé. É isso que quero discutir nesta aula.
Então, por que quis tratar sobre este tema aqui? Para que comecemos da maneira correta. Quero falar hoje sobre o sentido das nossas práticas de fé. Por que precisamos lutar contra o pecado? Por que precisamos conhecer a Igreja e ser fiéis a Deus? Por que precisamos fazer tudo isso? Não apenas responderemos a essas perguntas, mas também entenderemos por que devemos ter fé.
Às vezes, começamos nossa prática de fé pela criação. Isso não é ruim. Por exemplo, você pode ter sido criado na Igreja por pais católicos, então, acostumou-se a ir à Igreja, está ali todo domingo. Para você, isso é um costume herdado dos seus pais. Mas eu queria colocar aqui a base, o fundamento de toda a prática de fé, de todo estudo, de toda busca de oração.
Por que devemos estudar? Por que devemos rezar? Colocar a essência disso tudo. E essa essência é para todos. Se você está na Igreja desde sempre, meditar sobre essa essência é importante. Se você começou sua caminhada agora, meditar sobre a essência da fé, o porquê ter fé é importante. Caso contrário, podemos começar a ritualizar demais a fé, e isso é um problema. As pessoas hoje estão ritualizando demais as práticas de fé, a obediência à lei. Cumprir os mandamentos e renunciar aos pecados têm sido ritualizado, e precisamos descobrir o porquê de tudo isso.
O motivo pelo qual devemos renunciar ao pecado, viver os mandamentos, lutar para aprender e crescer na fé é porque somos amados por Deus. Deus nos amou, e agora entendemos de maneira correta por que devemos ter fé e colocá-la em prática. Por que devemos viver para o Senhor? Porque Ele nos amou primeiro. Se não tomamos consciência disso, não teremos uma fé verdadeira.
Por isso, precisamos entender: fomos amados. Toda fé, tudo o que fazemos em matéria de fé, é uma resposta ao amor de Deus. Se não tomamos consciência disso, nossa fé pode se tornar um ato banal ou, como muitas pessoas hoje veem, um momento de recreação, um clube onde nos encontramos, conversamos, fazemos boas obras. Mas não é isso. Nossa fé nasce justamente de uma resposta ao amor de Deus.
Então, precisamos entender: fomos amados. Você, precisa entender que foi amado e agora precisa amar de volta. É por isso que precisamos estudar. É por isso que precisamos conhecer a fé, para aprender a maneira correta de responder a este amor. Às vezes, parece uma linguagem forçada, mas é a realidade. Se pensarmos na nossa existência enquanto pessoa, existimos porque somos amados por Deus. Ele é uma criatura infinita e poderosa. Para que algo exista, de alguma maneira Ele está amando aquele algo. Deus ama, Deus pensa, e nós existimos. Nossa existência é fruto do amor de Deus. Já começa por aí.
Por exemplo, você no útero de sua mãe. A Bíblia fala que Deus te formou no ventre de sua mãe. Olha que bonito: fomos feitos pelas mãos de Deus no ventre de nossa mãe. Deus coloca a mão para nos dar a graça da vida, feitos pela mão de Deus. Se pegarmos o Antigo Testamento, veremos que Deus fez o homem do barro, significando que somos modelados, criados pelas mãos de Deus. Um Deus que nos cria por amor, que nos dá a vida por amor. E podemos fazer essa experiência a cada batida do coração, a cada respiração. A criação de Deus não para, ela continua.
Por exemplo, suponha que Deus pudesse dormir. Se Ele acordasse, nada mais existiria. Então, se estou aqui agora, Deus está me amando, está pensando em mim, e por isso eu existo. Parece estranho, mas é a realidade. A vida é o primeiro dom de Deus. Agora, se podemos meditar sobre o amor de Deus que nos criou e nos deu a vida, podemos ir mais longe.
O amor de Deus se fez pessoa em nosso Senhor Jesus. Dentro da nossa aula sobre a Missa, falaremos sobre o sacrifício redentor de Cristo. Deus criou o homem, o homem caiu no pecado e não tem condição de reparar essa desordem. Então, Jesus se encarna para nossa salvação. E ali, o amor feito carne. Precisamos ter essa experiência para ter fé de verdade. Caso contrário, não entenderemos.
Precisamos entender que naquela gruta de Nazaré, Deus se fez homem pela minha salvação. Isso precisa sair da questão universal, que às vezes atrapalha a entender o amor de Jesus. Pensamos: "Deus se encarnou para salvar a humanidade." Parece que Deus se encarnou para salvar bilhões de pessoas, e fico apenas com um pedacinho. Não, o amor de Deus é infinito. O infinito não se divide. Podemos dizer sem medo de errar que Jesus, em cada gesto salvador, pensava em mim, me amava.
O infinito não se divide. Jesus era 100% Deus e 100% homem. Sempre 100% Deus. Ele vê tudo o que está em Deus. Então, Ele me via, me amava. Jesus, em cada gesto, pensava em mim. Desde a encarnação, na manjedoura, Jesus Cristo já se fez homem para nossa salvação. Ao longo da vida de Jesus, quando começou sua vida pública, aceitou ser batizado no lugar onde só os pecadores eram batizados. Ali, Jesus aceitou ser batizado, assumiu nossos pecados, e isso é pessoal.
Precisamos pensar na salvação como algo pessoal. Jesus se entrega por mim. Na Cruz, por exemplo, Jesus pensava em mim. Quando Jesus rezou na Cruz, "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem," nesse momento, Jesus intercedia pelos nossos pecados. Isso vai muito além do que conseguimos entender. Um Deus que se entregou por mim, Jesus na Cruz, se entregou inteiro por mim, derramou seu sangue por mim, foi flagelado por mim, pelos meus pecados, para me salvar. Jesus na Cruz me via.
Este é o grande mistério da nossa fé. Porque a união hipostática de Jesus, sendo 100% Deus e 100% homem, nunca foi quebrada. Ali na Cruz, Jesus me via. Porque sendo 100% Deus, Ele me amava com aquele coração humano. Jesus na Cruz, pensava em mim, derramou seu sangue pela minha salvação.
Daqui nasce a fé. Tomo consciência de que Ele me amou, e agora preciso amar de volta. Tomo consciência de que sou amado. Dentro do sacrifício de Jesus, entendemos melhor o amor de Jesus. O sacrifício de Jesus é atualizado em cada Santa Missa. Em cada Santa Missa, Jesus está novamente se oferecendo pela minha salvação. Podemos pegar a Bíblia e ver que Jesus disse aos apóstolos: "Fazei isso em memória de mim." Nesse momento, Jesus ordenou que os apóstolos repetissem aquele gesto de entrega. E ali, o Calvário em cada Santa Missa é atualizado. Jesus oferece novamente seu sacrifício redentor pela nossa salvação, pela nossa redenção. Na Missa, Jesus está se entregando novamente por mim. Esta é uma verdade eterna.
Esta verdade deve transcender e alicerçar a nossa fé. Ele me amou. Agora, o que Ele espera de mim? Ele espera que eu o ame de volta. Começando pela comunhão. Na comunhão, Jesus está se doando por mim. Quando me aproximo da comunhão, sou chamado a me doar para Ele. Nossa vida deve ser uma cópia do que acontece no momento da comunhão eucarística. Ali na Eucaristia, Jesus está se doando por mim. O ministro ou o padre diz: "Corpo de Cristo." Quando digo "amém," estou dizendo "sim, eu também quero me entregar a vós." Isso é a nossa prática de fé.
Aqui está alicerçada a nossa prática de fé. Aqui está o porquê precisamos fazer o que fazemos. Porque Ele me amou, e agora quero responder a este amor. E respondo ao amor, amando Ele de volta. A partir daqui, tudo ganha um novo colorido. Por exemplo, quando falamos que precisamos renunciar ao pecado. Por que precisamos renunciar ao pecado? Não porque é uma mentalidade medieval ou uma história inventada pela Igreja. O pecado faz com que, quando peco, viro as costas para Deus. Então, preciso amar Jesus e renunciar ao pecado porque meu pecado é um não que digo a Jesus. Não é uma imposição sem sentido da Igreja. É a Igreja que me convida a amar. Quando peco, não estou amando.
A partir disso, tudo ganha um novo olhar. Para que precisamos estudar a doutrina da Igreja? Aqui está revelado